Embora quarta-feira e quinta-feira no Castelo tenham registado menos bilhetes vendidos do que no ano passado, o fim de semana foi precisamente o inverso, esgotando a sexta-feira e o sábado. A elevada procura pela noite de sábado levou ao encerramento da venda de bilhetes logo na sexta-feira.

No total, estima-se que em todos os eventos do festival – concertos e iniciativas paralelas – se tenham contabilizado mais de 90 mil espectadores.

Para o presidente da Câmara, Nuno Mascarenhas, a ligeira diminuição do número de espectadores em relação a 2023 poderá ter justificação no aumento do preço dos concertos pagos.

"Este é um festival em que 63% dos concertos são de entrada livre. No entanto, a bilheteira é uma fonte de receita essencial para equilibrar as contas do festival, que, com o período inflacionário recente, se tornou mais dispendioso em todos os aspetos da sua organização. É importante compreender que a componente de bilheteira é importante e que os valores que praticamos são ainda muito inferiores a grande parte dos festivais."

O festival teve início em Porto Covo, no palco INATEL, no dia 20 de julho, e aí permaneceu até 22 de julho, com nove espetáculos e um reforço das iniciativas paralelas. No dia 23, o festival chegou a Sines, com um concerto da Orquestra Locomotiva (formação da Escola das Artes do Alentejo Litoral) e os músicos convidados Joni Schwalbach e Vasco Martins. Entre 24 e 25 de julho, houve música da tarde à madrugada, com concertos no Castelo, Pátio das Artes e palco Galp, na Av. Vasco da Gama. Quarenta e três concertos de artistas de 26 países e iniciativas paralelas constituíram a programação.

"No que é mais importante, a relevância cultural do programa que apresentamos, o encontro de culturas, a educação dos jovens para o valor da diferença através das artes, o envolvimento das famílias e de pessoas de todas as gerações e origens sociais, o FMM Sines 2024 voltou a ser um enorme sucesso. Público, artistas e comunicação social reconhecem-no: este é um festival com uma visão e com uma constância na qualidade da programação que o tornam uma referência nacional e internacional", afirma Nuno Mascarenhas.

Por isso mesmo, acrescenta o presidente da Câmara, "o valor que o FMM mais tem de preservar é seu o perfil artístico, pois é ele que torna o FMM único na cada vez maior oferta de festivais em Portugal e que faz com que tantas pessoas de tantos pontos do País do mundo se desloquem a Sines para viver uma experiência que não conseguem viver em nenhum outro lugar."

Na componente logística, a grande novidade em 2024 foi a criação de uma nova área de campismo ocasional, num espaço mais amplo, junto ao Pavilhão Multiusos. Os transportes disponibilizados pelo patrocinador principal, Galp, permitiram a deslocação do público entre Sines e Porto Covo e entre o campismo ocasional e o centro da cidade.

"É inegável que há ainda muito a fazer, mas também é inegável que o facto de sermos um festival em espaço urbano - e muito do seu charme e da sua identidade vêm daí - coloca desafios que festivais realizados em recintos construídos de raiz conseguem resolver com mais facilidade. Nos últimos anos, temos tido progressos de que nos orgulhamos, como o transporte do festival, que estendeu o acesso aos concertos a novos públicos. Também esta nova solução de campismo ocasional nos pareceu ser uma melhoria em relação a anos anteriores, como o demonstra aliás a sua elevada ocupação."

Para 2025, com datas já marcadas - 18 a 26 de julho -, a Câmara Municipal de Sines irá preparar uma edição condicente com o marco que se assinala: as bodas de prata do festival.

"Em 2025, chegamos às 25 edições do FMM, um quarto de século de uma iniciativa que já faz parte da história contemporânea de Sines e que, à sua maneira, também ajudou a transformá-la. Queremos fazer jus a essa história com uma edição comemorativa para ficar na memória de todos."