FMM Sines voltou a superar as expectativas afirma Nuno Mascarenhas
A 22.ª edição do FMM Sines - Festival Músicas do Mundo realizou-se de 22 a 30 de julho de 2022, com um balanço positivo e resultados acima do que seria expectável em várias componentes da organização.
Como explica o presidente da Câmara, Nuno Mascarenhas, um dos pontos em que o festival decorreu melhor do que seria espectável foi na ausência de sobressaltos provocados pela conjuntura atual.
"O festival não deixou de ser afetado pelo aumento dos preços e pelos constrangimentos nalguns tipos de fornecimentos, em setores que ainda não recuperaram totalmente da pandemia. No entanto, a Covid-19 em si acabou por não ser o fator de disrupção que se temia e, felizmente, a situação nos aeroportos não obrigou a nenhum cancelamento ou reprogramação de concertos."
Em volume de público, concretizou-se a expectativa de um festival muito participado, quer em Porto Covo quer em Sines.
"Sabíamos que dois anos sem festival aumentariam a apetência pelo regresso, mas também que a inflação e a Covid-19 demoveriam alguns espectadores de estarem presentes. Acabámos por ter um festival com muito público ao longo de todos dos dias, muito próximo dos números de 2019, que foi uma das edições com maior afluência de sempre. Nos concertos pagos no Castelo, que são os mais fáceis de medir, porque temos números reais de bilheteira, na quarta-feira e no sábado superámos os números de 2019."
A consistência da programação, com 48 concertos e iniciativas paralelas, voltou a ser o principal trunfo do evento, proporcionando uma experiência de descoberta de novos artistas e culturas musicais e reforçando a preocupação de representatividade de género.
"Esta foi a edição em que o festival fez questão de ser mais assertivo quanto à presença das artistas mulheres, procurando dar o seu contributo para combater a sub-representação feminina no circuito da música ao vivo. Com a qualidade das suas prestações, ficou mais do que demonstrado que essa visibilidade é uma questão de justiça e só pode ter continuidade e ser aprofundada no futuro."
Foi, aliás, uma artista mulher a protagonizar o momento mais memorável da edição de 2022.
"Com 91 anos e em digressão de despedida dos palcos, o concerto de Omara Portuondo no FMM foi talvez a última oportunidade para o público português ver esta lenda da música ao vivo. O concerto não podia ter corrido melhor e a homenagem singela que, com a senhora embaixadora de Cuba, Yusmari Díaz Pérez, fizemos à artista, veio dar expressão à honra que todos sentimos com a sua presença", refere o presidente da Câmara.
Se Omara foi, inevitavelmente, a figura mais mediática do festival, esteve longe de esgotar as atenções da comunicação social, que fez novamente as marcas do FMM, de Sines e de Porto Covo chegar mais longe através de uma extensa cobertura.
A exposição mediática foi apenas um dos valores acrescentados que o festival trouxe para o território, este ano reforçado com algumas opções tomadas com o objetivo de potenciar as receitas da economia local.
"Direta e indiretamente, o festival é a sua dinâmica geram riqueza para os setores do alojamento, da restauração e do comércio local. Depois de dois anos de ausência, foi muito importante criar este 'balão de oxigénio' para os agentes económicos. Este ano, optámos também por não permitir recintos improvisados, de modo a que os proveitos do festival se concentrassem nas empresas estabelecidas, que pagam impostos e que tanto sofreram com a pandemia."
Para que o FMM Sines 2022 fosse uma realidade, o presidente agradece a todos os parceiros e patrocinadores - com destaque para a Fundação INATEL e a Galp - e dedica uma menção especial aos trabalhadores da autarquia.
"O FMM tem na sua génese o envolvimento transversal dos serviços da Câmara na organização. Este ano não foi exceção e quero reiterar o agradecimento aos nossos trabalhadores, numa edição que foi ainda mais complicada do que é habitual, pela incerteza que rodeou a sua realização. Pela sua escala, intensidade e complexidade, este é um evento que só corre bem se os nossos trabalhadores derem tudo o que têm, nalguns casos desempenhando funções muito diferentes das que desempenham nos seus serviços de origem. Em 2022, mais uma vez, todos corresponderam. Muito obrigado!"
Quanto ao formato do evento, Nuno Mascarenhas antevê possíveis alterações na edição de 2023.
"Em 2022, optámos por seguir, grosso modo, o modelo dos festivais anteriores. Foi importante manter o modelo até para perceber com mais clareza o que continua a funcionar e o que precisa de ser ajustado face às alterações que a pandemia trouxe e ao nosso entendimento de como o festival se pode tornar mais sustentável sem perder o seu caráter. Temos os problemas identificados e vamos amadurecer as soluções. Tudo faremos para que o FMM Sines 2023 seja ainda melhor."