O primeiro incidente ocorreu na segunda-feira, 12 milhas a largo do Cabo Sardão, com um ataque a um veleiro de dez metros. "A embarcação reportou a interação diretamente à Marinha, informando danos menores no leme. Seguiram a sua navegação sem necessidade de apoio", explicou o comandante Rui Silva Filipe.

Já esta terça-feira, ao largo de Melides, um outro veleiro, de bandeira portuguesa, foi alvo da interação de "um grupo que nos reportaram como sendo de 4 ou 5 orcas", que danificou o leme de tal forma que a embarcação "ficou sem governo".

Foi feito um pedido de auxílio e uma embarcação da Estação Salva Vidas de Sines rebocou o iate até ao porto local, onde será reparada. Os três homens, portugueses, não sofreram ferimentos. De resto, este verão já foram reportadas às autoridades "seis interações com orcas ao largo de Sines", todas elas apenas com danos materiais.

O Instituto da Conservação da Natureza e Florestas e a Marinha aconselham a que, aquando do avistamento de orcas, sejam desligados os motores e sonares das embarcações e que não se mexa no leme ou outras partes móveis das embarcações, pelas quais as orcas são especialmente atraídas.

A orca é um superpredador, da família dos golfinhos, que no verão passa ao largo da costa portuguesa em perseguição aos cardumes de atuns que viajam do norte de Espanha para o mar Mediterrâneo. Essa migração termina em setembro. Depois, regressam ao Atlântico.