O Sindicato dos Jornalistas convocou a paralisação em protesto contra a precariedade, mas também como "um grito de alerta" para apoiar o jornalismo antes que seja "tarde demais".

"Espero uma forte adesão porque na verdade a precariedade é muito mais alta que na generalidade dos outros setores, os salários são cada vez mais baixos, não temos progressões de carreira reiteradamente nos últimos 20 anos", afirmou o presidente do SJ, Luís Simões.

"Não fazemos greve há 40 anos, neste momento temos mais que do que motivos para o fazer porque na verdade o exercício do jornalismo degradou-se de uma forma incrível" neste tempo, prosseguiu, apontando que atualmente os salários "são mínimos e a exigência para os jornalistas é máximo".

Por isso, "temos todos os motivos para acreditar que vamos ter uma adesão muito forte à greve", sublinhou o presidente do SJ.

Esta paralisação não assenta apenas em exigências laborais, mas também há outro fator que leva os jornalistas a paralisarem na quinta-feira: "O jornalismo neste momento em Portugal não é de todo apoiado", enfatizou.

Num contexto em que na União Europeia procura apoiar o jornalismo, "Portugal é dos países da União em que 'per capita' [por pessoa] menos apoios há para a comunicação social", destacou.

Por isso, a greve é "também um grito de alerta para o poder político e para os decisores: ou se apoia agora o jornalismo livre e independente ou vai ser tarde demais".