Recorde-se que a Câmara Municipal de Sines e o IHRU celebraram um acordo de colaboração para concretizar a Estratégia Local de Habitação (ELH), no passado dia 20 de dezembro, em cerimónia decorrida nos Paços do Concelho.

Segundo o MAISines, “este momento deveria ser de alegria para todos os sineenses e portocovenses. Infelizmente, o Partido Socialista local elaborou uma Estratégia Local de Habitação que não responde aos problemas da habitação realmente existentes no nosso concelho e que são sentidos por todos”.

Segundo o comunicado do movimento politico, “a Estratégia Local de Habitação não prevê mecanismos para resolver o principal problema sentido em Sines: os elevados preços das habitações, tanto para compra como para arrendamento, que impossibilitam a generalidade dos sineenses de terem acesso a uma habitação condigna e os obriga, assim, a esperarem vários anos ou a mudarem-se para os concelhos vizinhos, contra a sua vontade. Lamentamos, novamente, este grave estado de coisas”. 

“O documento omite também qualquer referência ao parque habitacional que é propriedade do Município, com destaque para o Bairro 124 fogos, junto ao Bairro Marítimo, construído em 2005 com o apoio de um Governo PS e destinado ao realojamento, cuja degradação e abandono atuais, por incúria de sucessivos mandatos autárquicos, tinham agora uma oportunidade de sofrerem uma intervenção global para reparação e reabilitação. Nenhuma palavra é dirigida em relação ao desprezo a que foram votados esses moradores, esquecidos pelo executivo municipal” acrescenta o comunicado.

Os eleitos do MAISines consideram também que “não é feita, igualmente, uma adequada avaliação da situação dos beneficiários diretos dos programas previstos na ELH, omitindo-se soluções para importantes bairros de Sines e onde vivem largas centenas de pessoas, como o Bairro Marítimo, o Bairro dos Pescadores e outros. O Partido Socialista omite, igualmente, que o maior proprietário de terrenos com capacidade construtiva em Sines é o próprio Município de Sines. Tratam-se de terrenos situados na Parte Sul da Cidade e a Norte da Avenida Humberto Delgado, onde poderiam ser alojadas milhares de famílias, assim a política de habitação do PS constituísse esse objetivo como prioridade. Não é, bem assim, prevista qualquer solução para a freguesia do Porto Covo ou para os núcleos rurais do concelho, cujos habitantes se sentem abandonados e esquecidos pelo PS Sines”. 

“O Partido Socialista vendeu nos seus mandatos muitos milhões de euros em terrenos municipais e não construiu qualquer habitação, tendo em curso uma campanha de venda de terrenos municipais já loteados. Assim, passará para o mercado um património que é de todos os sineenses e dessa forma abdica de ser um agente determinante na regulação das dinâmicas habitacionais em Sines, continuando a contribuir para uma política de preços especulativos que a todos prejudica e que levou ao atual estado de coisas. Em Sines, o PS não conseguiu, nos seus já mais de 9 anos de executivo, encontrar ou executar qualquer solução para nenhuma das dimensões que o problema da Habitação engloba” consideram os eleitos do MAISines.

O MAISines “lamenta profundamente esta realidade” e garante que “continuará o seu trabalho de defesa dos interesses dos sineenses e portocovenses, constituindo-se como única alternativa possível ao estado de abandono a que o PS entregou Sines."