A sessão, inserida no calendário de atividades a dinamizar por aquela UCC, foi apresentada pelas médicas Catarina Lomba e Joana Pinto e foi dirigida à comunidade prisional, abarcando guardas e reclusas.

O objetivo da sessão prendeu-se com o esclarecimento de questões levantadas acerca dos malefícios do tabaco e discutir algumas estratégias para cessação tabágica.

De acordo com as informações obtidas com a realização da sessão, mais de metade da comunidade de reclusas é fumadora, com elevado grau de dependência e maioria fuma tabaco de enrolar; mostraram-se todas conhecedoras dos principais malefícios do tabagismo, quer ativo quer passivo e expondo a dificuldade acrescida em deixar de fumar que advém da vida em reclusão.

Foram fornecidas algumas estratégias para cessação tabágica de forma mais autónoma, apesar da exposição a muitos fatores que dificultam o processo.

Dos constrangimentos identificados pelas reclusas destacam-se a falta de poder económico para fazer face ao cumprimento do regime terapêutico, os antecedentes relacionados com o consumo de estupefacientes, a exposição a elevados níveis de stress associados à privação da liberdade, a sensação de bem-estar associado ao consumo e falta de espirito de entreajuda entre as reclusas.

Entende-se que a discussão de temas relacionados com o tabagismo, bem como a identificação dos constrangimentos e a descrição de algumas estratégias que apoiam a cessação de forma consistente possam contribuir para o incentivo e apoio mutuo entre fumadoras e não fumadoras.

O balanço foi bastante positivo, tanto da parte da comunidade prisional, como na ótica das dinamizadoras, havendo abertura para a realização de mais sessões.

No âmbito do planeamento efetuado, ainda em 2023 está prevista nova sessão de educação para a saúde com nova temática. Crê-se que com estas iniciativas, seja possível a manutenção de parcerias e colaboração interinstitucional com vista à satisfação das necessidades em saúde da comunidade.