O protesto, em forma de vigília contra a alegada falta de segurança pública, está marcado para as 18h00 de segunda-feira, em frente ao Posto Territorial da GNR de Ermidas-Sado, e foi convocado pela Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Santiago do Cacém.

"Infelizmente, o Governo e o Ministério da Administração Interna (MAI) têm uma proposta de encerramento do posto da GNR que, a ocorrer, irá deixar a população mais vulnerável", argumentou hoje à agência Lusa o porta-voz da comissão, Dinis Silva.

Em comunicado enviado também hoje aos jornalistas, perante informações nas redes sociais e notícias sobre o suposto encerramento do posto territorial, o Comando-Geral da Guarda Nacional Republicana (GNR) esclareceu que "não é intenção desta força de segurança propor o seu encerramento".

O porta-voz da comissão de utentes afirmou que o edifício onde, há vários anos, está instalado o posto da GNR de Ermidas-Sado "não é do Estado" e, apesar de o proprietário ter chegado "a um acordo com o Comando Territorial de Setúbal sobre a manutenção da GNR" no imóvel, o mesmo não terá sido aceite pelo Governo.

"O MAI e o Governo querem encerrar o posto, por medidas economicistas, como já têm feito no passado [em relação a] outros serviços", disse.

E pretendem que, "no interior do concelho de Santiago do Cacém exista apenas o posto da GNR de Alvalade, que já tem poucos meios", criticou.

Segundo a comissão de utentes, além da competência de patrulhamento de duas freguesias (Ermidas-Sado e Abela), este posto da GNR "tem ainda uma localização estratégica com acesso ao Itinerário Complementar 1 (IC1) e à ferrovia [e] um papel muito importante para o acompanhamento destas vias estruturantes".

Se o posto fechar, os militares do posto da GNR de Alvalade terão de garantir a segurança das populações das freguesias de Alvalade, Abela, Ermidas-Sado, São Domingos e Vale d'Água, "numa extensão de cerca de 600 quilómetros quadrados", alertou a comissão.

Contactado hoje pela Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Ermidas-Sado, Carlos Parreira, disse que a população "quer um posto com mais reforços e mais fiscalização nas ruas".

"Esta foi a única freguesia que não perdeu população, antes pelo contrário, ganhou mais habitantes. Por isso, só temos de exigir mais condições para Ermidas-Sado", vincou.

Considerando a situação caricata, o autarca disse ter sido apenas contactado pelo comandante do destacamento de Santiago do Cacém da GNR, capitão José Mota, que lhe confirmou o encerramento, no dia 31 deste mês, do posto da Guarda.