21.ª edição do Festival “Terras Sem Sombra” chega a Odemira e Sines
A 21.ª edição do Festival “Terras Sem Sombra” vai percorrer, até dezembro, 16 localidades portuguesas e duas espanholas, incluindo Odemira e Sines, tendo as Filipinas como país convidado e por tema “Autoras, Intérpretes, Musas: O Eterno Feminino e a Condição da Mulher na Música (Séculos XIII-XXI)”.

A iniciativa, organizada pela associação Pedra Angular, de Santiago do Cacém, tem um orçamento de 280 mil euros, sendo metade garantida pelas autarquias envolvidas, explica a sua diretora-executiva, Sara Fonseca.
Este ano, o Terras sem Sombra voltou a ter financiamento da Direção-Geral das Artes (DGArtes), na modalidade bienal, depois de três anos sem o obter, apesar das “altas classificações” dadas às candidaturas, que as tornavam elegíveis para apoio, por falta de verbas disponíveis do Programa Sustentado.
O apoio da DGArtes é de 60 mil euros anuais, o que permite “chegar mais longe”, “envolver mais gente”, “pagar as contas”, nomeadamente da equipa da organização do Festival, assim como “programar mais”, diz Sara Fonseca.
Na edição do próximo ano, graças a este apoio, será possível programar uma ópera encenada, adiantou a diretora executiva. A ópera está a ser preparada com crianças e as comunidades locais. Há 10 anos que não é apresentada uma ópera no Alentejo, disse a responsável.
Segundo Sara Fonseca, sem apoio estatal “foi muito difícil” levar as edições anteriores a bom termo, tendo sido necessário recorrer a um mecenas externo sem qual não teria sido possível a edição anterior.
A Fundação La Caixa “supriu uma grande lacuna”, garante.
O crítico musical Juan Ángel Vela del Campo, que assegurou a direção artística nas últimas edições, reformou-se, “mas continua a ser um amigo do Alentejo e do festival”, e trabalhou nos bastidores, tendo contado também com o apoio da soprano Carla Caramujo que dirige, atualmente, o Festival de Ópera de Óbidos.
Questionada sobre o alargamento do festival a Espanha, Sara Fonseca diz que permite encontrar outras fontes de financiamento.
“Estamos a trabalhar para que o Festival se torne efetivamente ibérico e haja uma permeabilidade que permita levar lá [a Espanha] e trazer cá”, reforça.
Na edição de 2025, o Terras Sem Sombra vai passar pelo Alentejo Litoral em outubro: nos dias 11 e 12 em Sines e nos dias 25 e 26 em Odemira.
Em Sines será apresentado, no Centro de Artes, o espetáculo “Paixão, Morte, Ressurreição: Stabat Mater, de G. B. Pergolesi”, pelo Coro Della Farnesina, dirigido por Nancy Milesi Romano.
Em Odemira, a Igreja da Misericórdia vai receber o concerto “Um Continente do Romantismo: Obras para Piano”, com o pianista Ivo Kahánek.