este momento os bombeiros ainda não receberam qualquer resposta do Governo para minimizar o impacto (do aumento) dos combustíveis e dos milhares de quilómetros que fazem", disse à Lusa o presidente da LBP.

António Nunes avançou que os ministérios da Administração Interna e da Saúde sabem quais são as dificuldades das corporações dos bombeiros e conhecem também as propostas da LBP para que consigam resistir ao aumento do preço dos combustíveis.

O presidente da LBP disse também que "está quase a chegar" o momento em que as corporações de bombeiros "vão deixar de ter capacidade para pagar os combustíveis aos fornecedores".

Entre as propostas da LBP está a equiparação aos transportes públicos, acesso ao gasóleo verde e assinatura do despacho acordado entre a LBP e o Ministério da Saúde em novembro de 2021 para o transporte não urgente de doentes, que revia a tabela de 2012.

Na quarta-feira, a LBP esteve reunida com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e chegaram a acordo para o aumento do subsídio mensal fixo dos postos de emergência médica nas corporações dos bombeiros de 4000 para 4500 euros.

António Nunes disse que este acordo, que ainda tem de ser aprovado pelo Ministério da Saúde, não incluiu o impacto do aumento dos combustíveis.

A LBP e o INEM vão reunir novamente na sexta-feira para começar negociações com vista a revisão do protocolo para o socorro pré-hospitalar, depois de ter sido alterado em outubro de 2021.

Um estudo sobre o impacto financeiro do protocolo feito recentemente pela LBP conclui que as mais 400 corporações de bombeiros voluntários reclamam um aumento do subsídio mensal, a indexação do preço dos quilómetros ao dos combustíveis, mais formação em emergência pré-hospitalar paga pelo INEM, alteração nos critérios de aquisição de ambulâncias e benefícios para os bombeiros com postos de emergência médica com um número superior de ocorrência.

Questionado ainda sobre a transferência feita em março pelo Ministério da Administração Interna de 1.500 euros para cada corporação "a título de compensação transitória da comparticipação com encargos com combustíveis, António Nunes afirmou que se tratou "de uma dívida que a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil tinha para com os bombeiros".