O projeto está a ser desenvolvido pela CERCICOA – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas e Solidariedade Social, com sede em Almodôvar e que tem atualmente atividade neste concelho alentejano e nos municípios vizinhos de Castro Verde, Ourique, Mértola, Odemira, Aljustrel e Ferreira do Alentejo.

“É uma estrutura que pretende criar uma resposta efetiva para aquele território do distrito, que inclui os concelhos de Ferreira do Alentejo, Aljustrel, Cuba, Alvito e Vidigueira”, explicou hoje à agência Lusa o presidente da CERCICOA, António Matias.

Segundo este responsável, o projeto conta com duas valências, sendo que no caso do lar residencial, com capacidade para 30 utentes, já está garantido o apoio, no valor de 630 mil euros, da Segurança Social, através da terceira geração do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES 3.0).

“Temos um compromisso de abrir o concurso dentro dos próximos seis meses, mas ainda estamos a tentar reunir com a tutela, no sentido de esclarecer quais são as perspetivas de serem alterados os orçamentos”, adiantou António Matias.

Em causa está, segundo o presidente de CERCICOA, o facto de o projeto ter sido candidatado em 2019, contando agora com um orçamento “completamente ultrapassado” devido aos aumentos dos preços das matérias-primas e do custo de mão-de-obra.

“Todas as entidades com projetos aprovados no PARES 3.0 estão na mesma situação”, pois “os orçamentos estão muito desatualizados perante aquilo que é a realidade atual”, alertou António Matias.

O novo lar residencial da CERCICOA em Ferreira do Alentejo será construído “de raiz”, num terreno cedido pela autarquia junto ao estádio municipal.

No mesmo espaço será também instalado o centro de atividades e capacidade para a inclusão (CACI), igualmente com capacidade para 30 pessoas, cujo projeto não tem ainda financiamento.

“Esta componente vai ter de ser candidatada ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que tem uma medida que apoia e prioriza este tipo de investimentos na área da capacitação para a inclusão”, revelou António Matias.

Os dois projetos irão permitir a criação de “nunca menos” de 30 novos postos de trabalho em Ferreira do Alentejo, acrescentou o presidente da cooperativa.