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“Por volta das 09:30, demos o incêndio como dominado. Temos de consolidar algumas áreas, onde ainda há risco de haver alguns pontos de foco de incêndio. E estamos organizados para dar maior atenção às situações mais críticas que possam existir aqui em Palmela”, disse Marcelo Lima, 2.º comandante do Comando Distrital de Operações de Socorro de Setúbal.

Segundo o comandante, o incêndio de Palmela provocou até agora 12 feridos, nove bombeiros, dois civis e um militar da GNR. Dos 12 feridos, dois deles - um civil e um bombeiro - sofreram queimaduras e estão a ser assistidos no Hospital de São José, em Lisboa.

Marcelo Lima revelou ainda que o incêndio de Palmela já afetou uma área de cerca de 400 hectares e destruiu vários barracões e um 'stand' de automóveis, na localidade de Aires, que foi a zona urbana mais afetada e a que causou maior preocupação aos bombeiros.

Na conferência de imprensa em que foi feito um ponto de situação do incêndio, o presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro (CDU), disse que a autarquia tem conhecimento de que também arderam dois moinhos, mas garantiu não ter qualquer informação de habitações destruídas pelas chamas.

“Estamos a fazer um levantamento de todas as situações”, disse Álvaro Amaro, remetendo para mais tarde um balanço da destruição provocada pelo incêndio, deixando, no entanto, um elogio ao trabalho desenvolvido pelos bombeiros.

Durante a tarde de quarta-feira, o incêndio de Palmela não só destruiu uma vasta zona de mato, incluindo vários barracões, como também ameaçou várias zonas urbanas de Palmela e, principalmente, da zona de Aires, onde ardeu um 'stand' de automóveis.

Por precaução, durante a tarde de quarta-feira, foram evacuados o Centro Social de Palmela, um lar privado e uma colónia de férias da EDP, não havendo registo de qualquer ferido entre as pessoas retiradas das três instituições.

De acordo com Marcelo Lima, além de um forte dispositivo com centenas de bombeiros, hoje de manhã também já foi mobilizado para o incêndio de Palmela um meio aéreo, que está a ajudar no combate a eventuais reativações e no ataque a pequenos focos de incêndio que subsistem em zonas de difícil acesso para os bombeiros.

Segundo a página de internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, às 11:40 permaneciam no local 368 operacionais e 118 veículos.

O Governo decidiu hoje prolongar de sexta-feira para domingo a situação de contingência em Portugal Continental devido às previsões meteorológicas, com temperaturas que podem ultrapassar os 45º em algumas partes do país, e ao risco de incêndio.

A situação de contingência corresponde ao segundo nível de resposta previsto na lei da Proteção Civil e é declarada quando, face à ocorrência ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal.

Oito distritos de Portugal continental mantêm-se sob aviso vermelho, o mais grave, devido ao tempo quente, com mais de uma centena de concelhos em perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.