Há mais de 1,2 milhões de pessoas sem médico de família em Portugal
Em março deste ano havia mais de 1,2 milhões de utentes sem médico de família, segundo revelam os dados do Portal da Transparência.
Os dados mais recentes revelam que 1.235,831 pessoas não tinham médico de família atribuído, sendo a região de Lisboa e Vale do Tejo aquela que apresenta a situação mais preocupante.
Os médicos consideram que este é um problema que se tem vindo a agravar nos últimos anos e indicam que este número pode ser ainda maior devido a situações de baixas prolongadas ou licenças de maternidade e paternidade.
“A falta de atratividade da região [de Lisboa e Vale do Tejo] tem deixado muitas vagas por preencher”, disse Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), em declarações à SIC Notícias, referindo ainda que os salários limitam em muito aquilo que é a “mobilidade no país”, além de outras despesas, como rendas ou infantários para os filhos.
Em declarações à mesma estação televisiva, Nuno Jacinto, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), indica que são muitos utentes para poucos médicos, frisando que em unidades com “carência maior” os médicos são “inundados de tarefas”, falando num “ciclo vicioso”.
A situação pode agravar-se com a reforma de 1.000 especialistas, prevista para este ano. Os médicos entendem que a solução passa por “valorização da carreira” e por “menos burocracia”.
Sublinhe-se que, no início deste ano, o Governo anunciou que tinham sido preenchidas 160 vagas num concurso com 235 vagas na área de medicina geral e familiar.