Os dados mais recentes revelam que 1.235,831 pessoas não tinham médico de família atribuído, sendo a região de Lisboa e Vale do Tejo aquela que apresenta a situação mais preocupante.

Os médicos consideram que este é um problema que se tem vindo a agravar nos últimos anos e indicam que este número pode ser ainda maior devido a situações de baixas prolongadas ou licenças de maternidade e paternidade.

“A falta de atratividade da região [de Lisboa e Vale do Tejo] tem deixado muitas vagas por preencher”, disse Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), em declarações à SIC Notícias, referindo ainda que os salários limitam em muito aquilo que é a “mobilidade no país”, além de outras despesas, como rendas ou infantários para os filhos.

Em declarações à mesma estação televisiva, Nuno Jacinto, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), indica que são muitos utentes para poucos médicos, frisando que em unidades com “carência maior” os médicos são “inundados de tarefas”, falando num “ciclo vicioso”. 

A situação pode agravar-se com a reforma de 1.000 especialistas, prevista para este ano. Os médicos entendem que a solução passa por “valorização da carreira” e por “menos burocracia”. 

Sublinhe-se que, no início deste ano, o Governo anunciou que tinham sido preenchidas 160 vagas num concurso com 235 vagas na área de medicina geral e familiar.