Madoqua e Portos de Sines, Roterdão e Duisport assinam Memorando de Entendimento
A Madoqua e os portos de Sines, Roterdão e Duisport assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) que anuncia o avanço de um corredor verde para o transporte de combustíveis alternativos e matérias-primas baseadas em derivados de hidrogénio, como o e-amoníaco e o e-metanol, e produtos como o CO2 liquefeito, de Portugal para o Noroeste da Europa.
A cerimónia foi presidida pelo Ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, e contou com a presença de Mona Neubaur, Ministra da Economia, Indústria, Proteção do Clima e da Energia e Vice-Primeira-Ministra do Estado Alemão da Renânia do Norte-Vestfália.
O Memorando de Entendimento foi assinado por Marloes Ras da Madoqua, José Luis Cacho pela Administração dos portos de Sines e do Algarve, por Wouter Demenint pelo porto de Roterdão e por Markus Bangen da Duisport.
O memorando de entendimento procura reafirmar o compromisso de cada uma das partes com a transição energética do seguinte modo: reforço do papel do hidrogénio verde e da produção de derivados, como os combustíveis sintéticos, incluindo a logística de subprodutos como o CO2; apoio a projetos-chave de grande escala para estabelecer a infraestrutura inicial e o ecossistema da cadeia de abastecimento; alargamento do corredor verde já planeado entre Portugal e os Países Baixos para a Alemanha; uma melhor compreensão dos fluxos tangíveis de produtos de combustíveis verdes ao longo deste corredor verde com base em projetos-chave; desenvolvimento e promoção da exportação da produção, bem como a infraestrutura de importação e receção em Portugal, nos Países Baixos e na Alemanha.
O pilar deste corredor será o terminal de armazenamento e abastecimento de combustível verde atualmente a ser desenvolvido pela Madoqua no Porto de Sines. O terminal é único no sentido em que será totalmente operado com base em fontes de energia renováveis provenientes de ativos de produção específicos.
O projeto do terminal irá acelerar a produção em grande escala e o abastecimento de combustíveis sintéticos em Portugal, com posterior escoamento para fornecedores específicos no noroeste da Europa. O terminal baseia-se num modelo de acesso aberto em que a infraestrutura será implantada a pedido, com um investimento previsto de 500 milhões de euros em ambas as fases.
José Luís Cacho, presidente da Administração dos portos de Sines e do Algarve, “hoje damos um passo importante em direção a um futuro mais verde e sustentável. O caminho para a descarbonização é bastante exigente, mas o Porto de Sines tem vindo a segui-lo, passo a passo, apoiado numa série de parcerias, como a que hoje formalizamos, com a assinatura deste Memorando”.
O Terminal de Combustíveis Verdes da Madoqua é um dos principais candidatos a assegurar o futuro financiamento da União Europeia ao abrigo do Mecanismo de Infraestruturas para Combustíveis Alternativos (AFIF).
O projeto do terminal é apenas um dos quatro projetos europeus a que foi atribuído financiamento para estudos de viabilidade e implementação no âmbito do programa CEF Energy - CB RES da UE para validar operações de terminais baseadas em energias renováveis.
A infraestrutura do terminal será desenvolvida em duas fases, ou seja, a fase 1 centrar-se-á no abastecimento de combustível com amoníaco sintético, enquanto a fase 2 se centrará no metanol sintético e no e-SAF (e CO2).
Este Memorando estratégico visa desbloquear a implementação estratégica da Declaração Conjunta de Intenções sobre Economia Verde do Hidrogénio assinada entre Portugal e a Região Alemã da Renânia do Norte-Vestefália que teve lugar a 4 de novembro de 2024.
Para além deste Memorando estratégico, será também assinada uma declaração de ecossistema operacional por várias empresas internacionais para apoiar o ecossistema da infraestrutura e da cadeia de abastecimento.
Marloes Ras, Cofundadora e CCO da Madoqua, “o objetivo deste Memorando de Entendimento é criar um corredor de combustíveis verdes entre os países produtores e os países consumidores, criando assim uma porta de entrada para compromissos partilhados.
A autossuficiência energética europeia é um dos nossos principais objetivos e procuramos alcançá-la através da criação de um ecossistema operacional que decorrerá da Declaração Conjunta Estado a Estado e do Memorando de Entendimento estratégico”.
Em 2022, a Madoqua anunciou uma parceria com a Copenhagen Infrastructure Partners (CIP) e com a Power2X para construir um projeto de hidrogénio verde e amoníaco à escala industrial de 1,2 GW, a MadoquaPower2X em Sines, Portugal, que irá criar mais de 150 postos de trabalho diretos e 2000 indiretos.
Markus Bangen, CEO, Duisport, “somos o maior porto interior do mundo a servir o maior polo industrial e energético da Alemanha. A NRW é uma das regiões mais importantes para a produção e consumo de energia na Europa.
Este corredor de energia verde entre Portugal e a Alemanha constitui uma ligação crucial para a segurança energética da NRW, estando Duisport na vanguarda do desenvolvimento de instalações de receção de combustíveis alternativos”.
René van der Plas, diretor do porto de Roterdão International, “Roterdão é o maior porto marítimo da Europa e serve de porta de entrada da cadeia de abastecimento para o interior europeu e desempenha uma função essencial na agregação de carga e fornecimento de energia ao noroeste da Europa. Juntamente com outros portos europeus, como Duisport e Sines, desempenhamos um papel importante como hub, agregador e motor da transição energética”.