A Vereadora da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Sónia Gonçalves, com o pelouro da cultura felicitou Eduardo Palaio que pela segunda vez conquista este prémio, a primeira foi em 2010 com a obra “Caixa Baixa”.
Aproveitando o momento para recordar a génese do Prémio de Conto Manuel da Fonseca, criado em 1995, que é perpetuar a memória de Manuel da Fonseca e a sua existência através da sua obra, lembrá-lo e homenageá-lo. Porque é um dos grandes escritores portugueses, e não apenas porque nasceu em Santiago do Cacém. Outro dos seus objetivos é incentivar a escrita e promover a leitura.”
O escritor Eduardo Palaio manifestou o seu “enorme prazer” por estar em Santiago do Cacém e receber este prémio, mas também “porque tive a oportunidade de conviver com Manuel da Fonseca durante alguns anos.” Com várias obras publicadas e premiadas, há quem veja nos seus personagens traços neorrealistas.
“Não fico nada incomodado por ser incluído no estilo e na forma do neorrealismo, embora não me reveja nele, não o considero depreciativo desde logo por ter escritores como Manuel da Fonseca, multifacetado no conto, romance, crónica e poesia e, porque aprendi muito com eles principalmente o seu ato de resistência e de postura.” Eduardo Palaio confessa que começou a escrever “pela mesma razão de muito escritores neorrealistas, para denunciar.”  
Os fundamentos para a escolha do júri foram apresentados por Maria Paula Mendes Coelho, da Associação Portuguesa dos Críticos Literários e membro do painel de jurados. “A qualidade literária e abordagem temática que concilia o imagético e onírico, desafiando o leitor para um jogo literário e interpretativo na descoberta de quem é Joachim Guerra”.
O júri foi, também, integrado por Luís Vendeirinho, da Associação Portuguesa de Escritores, Maria Paula Mendes Coelho, da Associação Portuguesa dos Críticos Literários, e Ana Daniela Soares Ferreira, jornalista e apresentadora de programas dedicados à literatura na televisão e na rádio.
Por unanimidade foi, também, decidido pelo júri atribuir duas Menções Honrosas, a primeira, ao original “Contos psicoterapêuticos”, da autoria de Margarida Sofia Gerardo de Freitas de Azevedo, apresentado ao concurso sob o pseudónimo Valquíria, e a segunda, à coletânea de contos “Brincadeiras de gente crescida”, da autoria de Luís António Couto Coelho, assinada com o pseudónimo Duílio Mendes.
O Prémio de Conto Manuel da Fonseca, criado pelo Município de Santiago do Cacém, presta homenagem ao grande escritor santiaguense, figura incontornável da literatura portuguesa, e à sua obra, sobretudo através da forma narrativa do conto, em que revelou toda a sua excelência.
O primeiro prémio do concurso recebe um valor pecuniário de quatro mil euros e a obra será editada pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém.

A cerimónia teve a participação musical do grupo “Campaniça Trio”, que trouxeram a tradição e a originalidade do Cante e da Viola Campaniça, ilustrando com a música o Alentejo que Manuel da Fonseca descreveu com mestria na sua obra.