Odemira competitivo ao nível demográfico, mas com "desafios gigantescos" afirma Hélder Guerreiro
O concelho de Odemira “é, provavelmente, o mais competitivo do país” em termos demográficos, devido ao número de imigrantes e à diversidade cultural, o que cria “desafios gigantescos”, disse ontem o presidente da Câmara.
“Nenhum território pode ser competitivo sem ser competitivo ao nível demográfico”, o que significa “ter vitalidade demográfica”, que “não é só ter muita gente, é ter diversidade cultural e ter resolvido a questão da pirâmide etária”, disse o autarca Hélder Guerreiro.
Na sua intervenção numa conferência sobre acolhimento e integração de migrantes, que decorreu hoje à tarde em Odemira, o presidente do município realçou que o seu concelho, “é, provavelmente, o território mais competitivo do país deste ponto de vista, porque tem claramente resolvida a componente da vitalidade demográfica”.
“Agora, tudo isto cria desafios absolutamente gigantescos para territórios em que acontece este processo migratório de uma forma muito rápida”, como Odemira, disse.
Segundo o autarca, o concelho enfrenta “uma realidade simples”, baseada em que “a diversidade é a regra, ou seja, a diversidade de fluxos de populações de diferentes comunidades, ao longo dos anos”.
“Não podemos estar à espera de pensar qual é que vai ser a próxima comunidade que virá para cá. Basta pensarmos única e exclusivamente que temos que ter processos de integração” dessas populações imigrantes “em que a diversidade é a regra”, defendeu.
Aludindo a dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), de dezembro de 2020, o autarca realçou que “39% da população de Odemira é estrangeira”, enquanto a média em Portugal, de acordo com esses mesmos indicadores, é de “6,4%”.
“Odemira cresceu na última década, do ponto de vista demográfico, e os outros concelhos todos do Alentejo diminuíram de população”, comparou também o autarca.
O que “falta fazer” no concelho, apesar de já existirem “respostas sociais inovadoras”, localmente, é “viver com esta realidade” da diversidade cultural e “encontrar processos para acolhimentos proativos” de imigrantes.
O “grande desafio” é o concelho ter serviços públicos como as finanças, segurança social, saúde, serviços de emprego, “que sirvam a todos” e “tentar que não aconteçam novamente os processos de habitação que tivemos no passado”, com as situações de insalubridade e sobrelotação de habitações.
“Um território com vitalidade demográfica é um território com futuro”, defendeu.
Na conferência, Ana Clara Oliveira, chefe de divisão de Inovação Social do município, recordou que Odemira “recebe e atrai muitos imigrantes” desde os anos 90 do século passado, sobretudo devido às empresas agrícolas local.
Esta multiculturalidade “é uma grande riqueza”, afiançou, indicando que estão presentes no território “76 nacionalidades”, sendo as mais representativas a nepalesa, indiana, búlgara e tailandesa.