Odemira recebe Festival Terras Sem Sombra com concerto de Harpa e um olhar sobre o património cultural e marítimo
Nos dias 12 e 13 de outubro, o concelho de Odemira é o palco para mais uma paragem da 20ª temporada do Festival Terras Sem Sombra, com um programa a vários tempos que inclui a estreia mundial de uma peça para harpa, nas mãos da intérprete austríaca Elizabeth Plank, o olhar sobre os desafios da interioridade na vila de Colos e a observação da migração de aves, num cenário de vestígios pré-históricos junto ao Cabo Sardão. Um fim-de-semana de atividades, com o apoio do Município de Odemira e da Embaixada da Áustria em Lisboa, com o selo mecenático da Fundação “La Caixa”.
O maior destaque vai para o concerto “Sons que descem do céu: música para harpa a solo (séculos XIX/XXI)”, interpretado pela harpista de Viena, Elizabeth Plank, na noite de 12 de outubro (21h00), na Igreja da Misericórdia, em Odemira.
O programa, que atravessa os séculos e explora obras esquecidas, redefine contextos históricos e valoriza a música contemporânea, apresenta um repertório assente em nomes como Charles Nicholas Bochsa, Carolina Noguera ou Konstantia Gourzi, mestres incontestáveis da música para harpa.
O espetáculo reserva a estreia mundial da peça escrita pela compositora austríaca Monika Stadler, “Impressões Alpinas” (2024). A intérprete Elizabeth Plank, que metamorfoseia a harpa num solo moderno e vibrante, é professora de Harpa na Universidade de Música e Artes Performativas de Viena e reconhecida internacionalmente, com presença nos principais palcos da Europa, Japão e América Latina.
A habitual ação no Património Festival Terras Sem Sombra, na tarde de sábado, 12 de outubro (15h00), com a ação “A vila de Colos: os desafios da interioridade na sede de um antigo concelho manuelino”.
Com ponto de encontro na Igreja Matriz, propõe aos participantes a discussão em torno da desertificação dos lugares, numa perspetiva atenta à sede do antigo concelho extinto no séc. XIX, guiada por António Martins Quaresma (historiador) e José António Falcão (historiador de Arte).
A atividade dedicada à Salvaguarda da Biodiversidade decorre no domingo, 13 de outubro (9h30), junto ao Cabo Sardão, com o tema “Crónicas das aves e dos homens: da migração outonal das aves à cultura mirense dos homens”, em visita guiada pelo fotógrafo de Natureza e grande conhecedor da região, Dinis Cortes. O Cabo Sardão é uma plataforma privilegiada para observar a migração de aves entre Europa e Africa e para conhecer a singular Cultura Mirense (do denominado período Mesolítico), caraterizada pela ocupação do território em praias ou patamares sobranceiros ao mar, entre Sines e Sagres, a prática de marisqueiro e a utilização do “machado mirense”, talhado em pedra e com várias funções.