Segundo a Câmara de Odemira, esta é uma das medidas de atuação que irão ser implementadas "nos próximos meses", no âmbito do programa de avaliação das fontes de contaminação da água ao longo do barranco da Zambujeira do Mar que foi desenvolvido após a praia ter sido interditada, no mês de agosto, devido à má qualidade da água.

Em comunicado, a autarquia odemirense revela ter solicitado, a 2 de agosto, à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), com a colaboração do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR e da empresa Águas Públicas do Alentejo (AgdA), "a realização de um procedimento excecional que visou determinar as fontes de poluição e as ações concretas a desenvolver a curto, médio e longo prazo, de forma a resolver definitivamente este problema".

O programa implicou a realização "de amostragens regulares com colheitas de água efetuadas ao longo do barranco da Zambujeira do Mar", que identificou, "de forma clara, as causas da poluição e os riscos de futuro", nomeadamente "o aumento da carga orgânica descarregada sobre o meio hídrico, resultante de um funcionamento deficiente da ETAR nas semanas com maior número de pessoas, designadamente na primeira quinzena de agosto".

"Descargas e ligações ilícitas em alguns pontos que aumentam muito a carga orgânica na linha de água" e a "estagnação do curso de água que potencia o aumento do efeito da carga orgânica" foram outros dos problemas identificados.

Nesse âmbito, a Câmara de Odemira, a APA, o SEPNA e a AgdA vão avançar com "quatro medidas de atuação" a implementar nos próximos meses, a começar por uma intervenção no leito e margens do Barranco da Zambujeira do Mar, a jusante e a montante da ETAR, garantindo a limpeza do leito e das margens, "de forma a favorecer o escoamento hidráulico e a diminuição de zonas de acumulação de água e eventual restauro da galeria ripícola".

O plano prevê ainda a "alteração do modelo de funcionamento da ETAR, com especial atenção ao período de verão, durante o qual deverá estar dotada de sistema de alerta em tempo real", e a estruturação, "com as diferentes empresas, [de] um modelo de controlo do fluxo de águas residuais provenientes das WC's amovíveis e provisórias, seja no âmbito do Festival Sudoeste, seja das diversas soluções nas explorações agrícolas".

Por fim, será desenvolvido um programa de fiscalização conjunta entre Câmara de Odemira, a APA e o SEPNA, "para verificação das condições de estanquicidade dos sistemas autónomos (fossas séticas) localizadas na bacia hidrográfica drenante para a praia".

Além destas medidas, "a requalificação urbana em curso na Zambujeira do Mar deverá eliminar fontes de poluição ligadas à contaminação das redes de pluviais e de saneamento por ligações clandestinas", conclui a autarquia.