As conclusões são da 'Avaliação do Desempenho de Serviços Móveis e de Cobertura GSM, UMTS, LTE e NT' neste município, apresentada hoje pela Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), em sessão realizada na Câmara de Odemira.

"Verificamos que no concelho de Odemira há uma grande assimetria e zonas do território que hoje têm boa rede móvel, mas há muitas zonas do concelho que não têm possibilidade de fazer chamadas de voz ou de fazer acessos à Internet", sintetizou o presidente da ANACOM, João Cadete Matos, à agência Lusa.

Segundo este responsável, "a situação mais grave que este diagnóstico evidenciou foi [existirem] zonas onde não é possível fazer chamadas de emergência para o 112".

O estudo foi realizado entre 28 de março e 07 de abril deste ano em todo o território do concelho de Odemira, tendo sido percorridos 1.200 quilómetros e realizadas 3.834 chamadas de voz, 856 sessões de dados e 154.626 registos de sinal de rádio.

No que toca ao sinal de cobertura de rede, o documento revela que 48,6% dos valores registados apresentam "qualidade Inexistente, Muito Má e/ou Má", com a operadora Meo a apresentar "a melhor cobertura" e a NOS "a cobertura mais deficiente".

O estudo demonstra igualmente que, nas chamadas de voz realizadas, uma em cada cinco foram "não finalizadas", tendo novamente a Meo o melhor rácio de chamadas finalizadas (85,6%) e a Vodafone o pior (79%).

Relativamente ao serviço de dados móveis, o estudo mostra que este é de "qualidade média/baixa" no município, com "muitos testes não concluídos e baixas velocidades".

Neste âmbito, a Meo volta a apresentar os melhores resultados, com 70,2% dos testes concluídos, e, por oposição, a NOS o pior, com apenas 55%.

O estudo conclui também que, territorialmente, os melhores desempenhos de voz e dados são nas "zonas residenciais" de Odemira, São Teotónio e Vila Nova de Milfontes.

Já os piores desempenhos surgem a nordeste, sudeste e sul do concelho, em diversas localidades das freguesias de Luzianes-Gare, São Martinho das Amoreiras, Sabóia e Santa Clara-a-Velha.

Perante o diagnóstico, o presidente da ANACOM disse à Lusa que este "vai ter de ser corrigido com investimento".

No caso da fibra ótica, "para chegar a casa de todas as pessoas, através de financiamento parcialmente público", esperando-se que "até final do ano" esta "chegue a todas as casas" em Portugal.

Relativamente à rede móvel, continuou João Cadete Matos, "aquilo que vai acontecer é que até final de 2023 as empresas que adquiriram as licenças de espetro no ano passado vão ter que ter uma cobertura de 75% da população de cada freguesia com uma qualidade mínima de 100 megabits/segundo".

"Estamos a falar de uma velocidade de acesso à internet muito mais elevada do que aquela que vimos que existe hoje, mesmo nas zonas onde a Internet funciona", concluiu.