Vila de Alvalade recua aos “tempos medievais” até domingo
Trovadores, saltimbancos, odaliscas e casas de pasto vão animar a Feira Alvalade Medieval que decorre entre esta sexta-feira e domingo, em Alvalade, no concelho de Santiago do Cacém.
A iniciativa que junta toda a comunidade alvaladense, para além dos tradicionais cortejos recorda, este ano, os besteiros do povo ao serviço de D. Manuel I.
“Além de fazerem parte da história de Portugal, os besteiros também fazem parte da história de Alvalade, porque na época do Rei D. Manuel I foram nomeados 12 besteiros, homens do povo e do campo” que estiveram ao serviço do Rei, explicou Ana Rita Viegas, porta-voz da Associação Cultural Amigos de Alvalade.
Este ano, segundo a organização, o “Alvalade Medieval”, no concelho de Santiago do Cacém, distrito de Setúbal, vai dar a conhecer “a história de João Álvares Centeio, morador na vila de Alvalade”, e “nomeado Besteiro do Monte, a 4 de setembro de 1510”, com uma “teatralização” na Praça Pública.
“Vamos contar com 12 besteiros, personagens da terra, que se disponibilizaram a encarnar essas personagens que irão fazer uma teatralização na praça principal da vila e também com os torneios a cavalo e a pé”, relatou.
Segundo os promotores, foi em 20 de setembro de 1510 que D. Manuel I atribuiu a Carta de Foral a Alvalade e a data é assinalada, desde 2002, com a “recriação da vida na época”.
Cortejos medievais, torneios de armas, espetáculos de fogo, espetáculos circenses, de música e um mercado medieval são outras das atrações da iniciativa que vai proporcionar, ao longo de três dias, uma autêntica viagem no tempo.
O evento, que tem o apoio da Câmara de Santiago do Cacém e da Junta de Freguesia de Alvalade, vai contar com a participação de mais de 20 grupos de animação, “num total de 90 artistas”, e de vários espetáculos.
“Tentamos também diversificar os artesãos, assim como a zona do mercado medieval para o público poder ver novidades no recinto da feira” que se estende por várias ruas da vila alentejana.
Durante três dias, pelas ruas do centro histórico da vila de Alvalade, os visitantes podem cruzar-se com dezenas “de figurantes trajados a rigor”, desde a “rica donzela ao camponês, do leproso ao senhor bispo”.
“Haverá mercadores apregoando os mais variados artigos e artesãos que mostram e ensinam a sua arte” e, nas tabernas improvisadas serão servidas “iguarias inspiradas na época”.
Os trovadores, os saltimbancos, os cuspidores de fogo e as odaliscas “acompanhadas de sons exóticos” também irão animar o recinto.
A abertura da feira, esta sexta-feira, às 12:00, vai contar com a presença de 200 alunos de vários agrupamentos escolares da região, convidados pela organização a assistirem a vários espetáculos na Praça D. Manuel I.
Os cortejos medievais vão reunir, no sábado e no domingo, dezenas de pessoas que, vestidas a rigor “com os trajes da época”, recriam o momento em que El-Rei D. Manuel I concede a Carta Foral a Alvalade.
No sábado, a partir das 15h00, o centro histórico de Alvalade transforma-se para receber El-Rei D. Manuel I e o seu séquito, com um cortejo pelas ruas do burgo, em honra de Sua Alteza, que junta centenas de pessoas para assistirem à entrega do foral manuelino e as chaves da vila.
No domingo, também às 15h00, o cortejo repete-se e é oficializada a entrega da carta foral à vila com uma teatralização na Praça D. Manuel I, seguindo-se mais de uma dezena de iniciativas, que incluem os julgamentos na praça pública, torneios de armas e espetáculos de fogo.
O bilhete para os três dias tem um custo de 15 euros e a entrada diária tem um valor de cinco euros.